Juliano Poeta
2 min readSep 2, 2019

Estou agora em Alto Paraíso, Goiás. Aqui, olho para cima e vejo um teto estrelado. Dois na verdade, já que tanto o céu quanto o teto da casa onde estou (que mais parece um iglu) têm estrelas.

Enquanto eu escrevia a frase anterior a Fran me chamou e pediu para fechar os olhos, e então nos serviu uma sobremesa em formato de coração. Estando aqui fica até difícil não sentir a inspiração.

Eu amo a casa onde moro em Floripa, as pessoas com quem convivo e (quase) todas as coisas que estão lá. Amo tanto que trabalho de casa quase todos os dias, mas estar viajando me faz ver aspectos – de mim e do mundo – que não consigo perceber estando em casa. Por mais que eu ame tudo por lá, cada ponto geográfico da Terra possui uma energia própria, que é como uma chave que uso para abrir uma nova porta. E só vindo aqui pra pegar essa chave.

Existe também uma beleza na vulnerabilidade que estar viajando traz. Como estou no Brasil não tenho a barreira da língua nem da moeda, mas chegando aqui não sabia nem onde era o mercado. Não saber como funcionam as coisas é o gatilho para me abrir ao novo: a conversar com gente diferente, a comer diferente, a viver diferente.

Ter um planejamento é importante, e dá uma sensação de segurança, mas só vivendo o presente que se realizam os sonhos. Aqui também não tenho rotina, e por mais que eu tenha um plano não posso garantir onde vou estar amanhã de tarde.

Assim, aqui sou obrigado a admitir: eu não tenho o controle. Toda a ilusão de que consigo direcionar minha vida apenas pelo meu próprio esforço se esvai. Eu dependo da boa vontade dos outros. Eu estou conectado a uma força maior que aponta o caminho.

Sou vulnerável, me permito. Tenho planos mas não sei para onde vou.

Abro mão do controle, e então supero meus limites.

Sou um viajante, deixo meus passos e levo aprendizados.

Juliano Poeta
Juliano Poeta

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